quinta-feira, janeiro 26, 2017

Movimento reclama contra valores do arrendamento em Lisboa


T2 240 mil euros 
T3 300 mil
preços por metro quadrado na compra

Cidadãos e organizações — entre as quais a Associação dos Inquilinos Lisbonenses, a Associação de Moradores do Bairro Alto e a Associação do Património e da População de Alfama — endereçaram uma carta aberta ao Governo a reclamar “a adoção urgente de uma política nacional e municipal de habitação, que favoreça e dinamize o arrendamento, público e privado, com direitos e deveres, com segurança e estabilidade”.
O movimento, que se designa “Morar em Lisboa”, quer acabar com a “drástica subida dos valores do arrendamento de habitação”, que a cidade de Lisboa viveu nos últimos anos e que “levou à expulsão de população das áreas mais centrais da cidade”, tornando “o acesso à habitação em Lisboa um privilégio de poucos e um direito praticamente inacessível às famílias portuguesas”.
A carta aberta pode ser assinada aqui:

O preço médio por metro quadrado na cidade de Lisboa era de 3404 euros, no final do ano de 2016, de acordo com dados facultados pela Confidencial Imobiliário e citados pelo DN/Dinheiro Vivo.
Um T2 não se comprava por menos de 240 mil euros e um T3 subia até aos 300 mil.
A freguesia de Santo António, que abrange a Avenida da Liberdade e o Príncipe Real, é a mais cara de Lisboa, com o metro quadrado a 5254 euros. O preço por metro quadrado em Santa Maria Maior, Avenidas Novas e freguesia da Misericórdia anda pelos 4000 euros.
A zona com os preços menos elevados é Santa Clara, na área das antigas freguesias da Charneca e Ameixoeira. Os valores atingem os 1531 euros por metro quadrado. Em Marvila e Beato rondam os 2000 euros por metro quadrado.
Nos arredores, em Cascais, o valor no final do ano passado era de 2293 euros por metro quadrado e, em Oeiras, de 1865 euros. Em Sintra pagava-se 1219 euros por metro quadrado.

Na margem sul do Tejo, no Barreiro, o preço médio por metro quadrado rondava os 884 euros, o equivalente a quase quatro vezes menos do que em Lisboa, e no Montijo os 879 euros.
Fotos Beco das Barrelas 

Os dias contados das Lojas com História


A centenária Paris em Lisboa, na esquina da Rua Garret com a Rua Serpa Pinto, tem "os dias contados", segundo reconhece o proprietário em declarações ao jornal Público
Será a 121ª das 300 "Lojas com História" a fechar as portas em Lisboa, segundo dados da União das Associações de Comércio e Serviços, citada pelo DN
A procura é grande, as propostas são "irrecusáveis" e por cada loja com mais ou menos história que fecha abre mais um condomínio de luxo ou um novo hotel. 
A CML diz que espera legislação do Parlamento. 
Foto Beco das Barrelas 

sexta-feira, janeiro 06, 2017

"Loja com História" em edifício de "interesse público" afinal fará parte de condomínio de luxo onde T4 custa mais de três milhões de euros

Largo do Calhariz, 4, Lisboa

Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas...
Álvaro de Campos, Tabacaria

quinta-feira, janeiro 05, 2017

"Se houver uma repetição do sismo de 1755, um terço de Lisboa fica em escombros"

O vice-presidente do Instituto de Engenharia de Estruturas, Território e Construção do Instituto Superior Técnico,
declarou perante os deputados da Assembleia Municipal de Lisboa que "se houver uma repetição do sismo de 1755, um terço de Lisboa fica em escombros".
Especialmente porque a reabilitação urbana na cidade está a ser "um 'peeling' aos edifícios" [uma mera intervenção estética]. "Melhoram-se as condições de habitabilidade e o aspecto dos prédios e pronto", considerou, afirmando que fica de fora o reforço do edificado.
O especialista, Mário Lopes, defendeu também que "a legislação actual como está vale zero" quanto à obrigatoriedade de adequação sísmica das construções, pelo que é "urgente promover nova regulamentação".
Assim, "é necessário fazer o reforço dos edifícios", uma vez que "60% dos edifícios em Lisboa não foram feitos para resistir a sismos", alertou.
"Estamos em cima de um barril de pólvora com o rastilho a arder e não sabemos quando vai rebentar", acrescentou Mário Lopes perante os deputados municipais, criticando o facto de muitos prédios na baixa de Lisboa terem pilares cortados no piso térreo.
texto dos jornais de 5 de Janeiro de 2017
 Fotos Francisco / Beco das Barrelas 

terça-feira, janeiro 03, 2017

Ó céu azul (em dias de céu muito nublado)


Ó Céu azul - o mesmo da minha infância - // Eterna verdade vazia e perfeita! // 
Ó macio Tejo ancestral e mudo
// Pequena verdade onde o céu se reflecte! 
Álvaro de Campo Lisbon revisited (1923)
Foto Francisco / Beco das Barrelas