terça-feira, março 12, 2013

Lisboa: Cerca Velha, Cerca Nova


Portas de Alfofa, do Condestável, de Ferro, de Santa Catarina, de Santo André, de Santo Antão, Portas de S. Vicente, da Mouraria, Porta de Alfama, Porta do Mar Antiga, Portas da Rua do Regedor…
 
Estas eram as portas da cidade em dois tempos históricos bem distintos: antes da conquista de Lisboa, eram as portas visigóticas e as da Cerca Moura, que defendiam a cidade muçulmana, depois da conquista e mais propriamente depois do reinado de D. Fernando, eram portas da Muralha Fernandina que protegiam a cidade medieval. Cerca Velha, Cerca Nova.
A Cerca Moura reforça o acesso a Alfama,
a partir da Porta do Sol, ao longo
da rua Norberto Araújo
Muitos séculos separam as duas muralhas. A Cerca Moura ou Cerca Velha foi concluída no século VIII e reconstruída várias vezes, deixando acessos pelas portas do Sol, de Alfama, do Mar Antiga, de Ferro e a Porta da Alfofa. A Muralha Fernandina foi mandada construir por D. Fernando e dada como concluída em 1373, abrangendo uma área de 101 hectares, seis vezes a área defendida pela Cerca Velha.
Troço da Muralha Fernandina que chegava
às portas de Santa Catarina e que ficou
absorvido pelo Espaço Chiado
A Muralha começava no Castelo de S. Jorge, descia à Mouraria, transpunha a calçada de Sant’Ana, atravessava o vale onde é hoje a Avenida da Liberdade, subia a colina fronteira até ao que é hoje o Carmo e São Roque, atravessava a baixa e ligava-se à Cerca Moura na atual Praça do Comércio, subindo depois a S. Vicente e descendo de novo até ao que é hoje o Museu Militar e Santa Apolónia.
 
Ao longo do itinerário muralhado, ficavam acessos nas Portas da Mouraria, de Santo André, de Santo Antão, Portas da Rua do Regedor, de Santa Catarina, de S. Vicente e descia até junto ao que é hoje o Museu de Artilharia, em Santa Apolónia.
Sobreviveram ao terramoto de 1755 e ainda existem lanços das cercas e muralhas, tal como ficaram na toponímia muitos dos nomes das portas. É assim Lisboa, com a história gravada na pedra da cidade.
 
Texto e fotos Beco das Barrelas. Direitos reservados.

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