terça-feira, outubro 09, 2012

D. José primeiro de bronze


Há quem diga que não, que a estátua equestre da autoria de Machado de Castro não representa D. José I mas sim São Jorge de Portugal, Vigilante da Pátria Lusitana. A estátua está ao centro da Praça do Comércio - assim chamada pelo Marquês de Pombal e que os republicanos passaram a designar por Terreiro ao Paço. Fundida em bronze, a figura central da estátua, trajando à romana e empunhando o ceptro real, olha o Tejo do alto da sua soberba montada: um cavalo também em bronze, cuja pata direita é a esquerda, como se conta numa adivinha lisboeta.
Pois há quem diga que não é D. José, como há quem diga que no Rossio está um imperador mexicano e não D. Pedro IV. Há quem tenha e defenda uma leitura esotérica de toda a arquitetura da Baixa de Lisboa. Mas, para efeitos práticos, a estátua da Praça do Comércio desde 6 de Junho de 1775 é de José Francisco António Inácio Norberto Agostinho de Bragança, quinto rei da quarta dinastia com o nome de D. José I, o Reformador. O que nem sempre figurou na estátua foi o medalhão com a efígie do Marquês de Pombal, retirado do seu lugar por Dona Maria I e reposto por Dina Maria II.
O que está fora de discussão é que a estátua é belíssima. E muito mais bela agora que a sua beleza emerge de um vastíssimo terreiro para uso dos cidadãos. Foi a primeira estátua fundida em bronze em Portugal, no Arsenal do Exército. Mede cerca de sete metros, pesa cerca de 30 mil quilos e assenta sobre um pedestal de pedra lioz de Pero Pinheiro, entre figurações simbólicas do Triunfo e da Fama.

Texto de João Francisco. Fotos de Francisco João / Direitos reservados.

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